Os ritos de gestão e os números para 2023 e 2024 do mercado de assessorias
2023
Aprendendo com os erros e mais eficiência operacional
Em nosso evento “O Conselho – São Paulo Edition” falamos sobre a evolução dos números das assessorias e o otimismo que enxergamos para o mercado. Identificamos uma melhoria considerável de margem operacional, saindo de -5% ao fim de 2022 para 10% considerando o último semestre finalizado (3T/23). Quem fez o dever de casa e aprendeu com os erros de 2022, já consegue colher os frutos e apresentar margem de 25~30%.
Principais erros de 2022 que percebemos foram: 1) copiar outros players e adotar estratégias desalinhadas – exemplo: constituir gestora interna; 2) investir valores expressivos em escritório/estrutura visando um aumento considerável de time de assessores e atração de clientes – cenário não realizado na maioria dos casos e; 3) dar pouca atenção a processos e eficiência operacional.
Apresentamos a seguir uma visão por tier para detalhar como assessorias menores ainda sofrem um pouco com a dificuldade de diluir despesas fixas (SG&A), apesar de serem o proxy que teve melhor resposta no comparativo QoQ (quarter over quarter):
Quanto à geração de caixa e liquidez, percebemos que está cada vez mais saudável o funcionamento das assessorias. Diversas assessorias já conseguem gerar fluxo de caixa operacional e não dependem de incentivo da corretora para manter o business de pé. Isso ainda não é a realidade da maioria, mas o mercado vem dando respostas e o cenário macro é favorável para que isso continue cada vez mais saudável:
Quanto a captação, NNM (net new money), conseguimos perceber que as duas principais corretoras do Brasil estão ganhando tração e aumentando market share conforme taxa de juros entra em uma tendência de queda:
Em resumo, a expectativa é de que o cenário para 2024 seja promissor e gere bastante oportunidades para o setor. Quem já conseguiu arrumar a casa e conectar bem financeiro, contábil, partnership e estratégia tende a aproveitar bem essa janela.
2024
Como definir o norte?
Algumas empresas buscam um budget perfeito e gastam muito mais tempo tentando prever o mercado do que se adaptando a ele.
O segredo de qualquer planejamento é conseguir equilibrar assertividade e precisão com agilidade e ajustes de rota. Pendendo muito para um lado ou outro e sua assessoria pode deixar oportunidades interessantes na mesa.
Aqui apresentamos uma visão geral de como enxergamos a possibilidade de rodar o planejamento de 2024 e vamos trazer um pouco sobre o rito de gestão como alicerce para que a estratégia da empresa esteja sempre bem direcionada:
O ponto inicial é definir o objetivo do orçamento conforme a estratégia. Exemplo: aumentar AuC para R$ X bi até final de 2024, aprimorar EBITDA em 5 p.p. até final do 2T/24, etc.
A partir disso, começa a construção top-down (derivando as estratégias e desdobrando em metas) e retoma bottom-up (verificando a viabilidade operacional de execução). Esse movimento auxilia a construir os cenários desejados e definir um projetado para 2024.
A partir disso, conseguimos olhar tanto uma visão vertical (plano de contas contábil) como horizontal (centro de custos/departamentos). Dependendo do tamanho da sua assessoria, a visão vertical já será excelente para medir desempenho – é bem provável que a visão horizontal, que culmina no orçamento matricial, ocasione mais dor de cabeça do que resultado se não houver maturidade de lideranças).
RITOS DE GESTÃO
Como ajustar a rota ao longo de 2024?
Uma vez desenhado o cenário para 2024, é importante desenhar um rito de gestão para acompanhar o andamento e ir atualizando o forecast conforme o mercado, e a assessoria em questão, vão recebendo feedback de como as ações estão acontecendo. O principal aspecto é deixar alinhado comitês e apresentações de resultado já previstas para entender se haverá algum reajuste.
Exemplo, estamos com projeto de acelerar captação, contratando assessores, e para isso vamos investir em mínimo garantido e áreas de suporte. Deixaremos agendado um follow-up para julho de 2023, onde fechamos o 1T e o 2T/24 e iremos avaliar se a estratégia continua fazendo sentido e se nosso cenário de caixa permite continuar buscando esse plano.
Para esses reajustes, podemos olhar o forecast em periodicidades específicas (3-9, 6-6 e 9-3) e usar métodos como o rolling forecast para sempre olhar em um horizonte fixo de projeção.
Nossa sugestão com parceiros é que seja feito um comitê financeiro mais básico de forma mensal – reunião rápida para ver as principais variações – e uma apresentação de resultados mais trimestral para acompanhar o QoQ (trimestre versus trimestre) e o YoY (ano versus ano) dos principais indicadores operacionais e financeiros.
Assista a live abaixo, onde nosso CFO fala um pouco sobre essas apresentações.
Segue também outro conteúdo nosso sobre esse assunto: Orçamento para Assessorias em Tempo de Incertezas e Nova Regulamentação
Em caso de dúvida, convidamos você a entrar em contato conosco. Nossa equipe está pronta para oferecer orientações especializadas e suporte personalizado, alinhando-se às suas necessidades no dinâmico mercado de assessorias de investimentos.