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Cultura Data-Driven

Cultura Data-Driven

O estudo “Data-Driven Enterprise 2025” da McKinsey, publicado em 2022 e atualizado em 2023, evidencia a crescente importância das estratégias orientadas por dados nas organizações, destacando que empresas assim orientadas superam suas concorrentes em pelo menos 20% em performance. Este relatório serve de base para explorarmos como as assessorias de investimentos podem se adaptar e prosperar, adotando práticas data-driven essenciais para aprimorar a tomada de decisões, a gestão de clientes e o desenvolvimento estratégico.

 

A seguir, vamos abordar as 7 principais características de uma organização Data-Driven, fazendo um paralelo com nosso setor.


1. Cultura Data-Driven:

Dados incorporados em todas as decisões, interações e processos.

 

Atualmente, a maior parte das organizações não compreende ou não tem a disciplina de armazenar informações relevantes no dia a dia, perdendo oportunidades significativas de insights ou aumento de receita. Especialmente no mercado de assessorias, muitas informações se perdem, como as últimas conversas com clientes, planejamento de vida dos mesmos, bem como oportunidades mencionadas em conversas, seja por falta de registro, seja porque os dados estão dispersos na organização. Assim, perdemos a chance de direcionar os investimentos e o planejamento financeiro dos clientes para alcançar suas metas pessoais, como uma oportunidade de investimento adequada ao perfil do cliente e suas necessidades de liquidez, aumentando tanto a captação quanto a satisfação do cliente.

 

Além disso, muitas decisões são tomadas sem uma análise dos dados disponíveis, como uma análise de sensibilidade no pagamento de luvas a assessores, expansão para outras filiais ou uma análise do cross-selling dos clientes.

Outro problema é que os dados não são distribuídos aos times. Ficam centralizados nos gestores/times de BI e só são divulgados mensalmente, dificultando um processo estruturado e baseado em dados no operacional do assessor, deixando muito a seu critério a decisão de quem contatar e qual abordagem de vendas e oportunidades deve ser adotada.

 

As organizações do futuro terão uma cultura que valoriza adequadamente os dados, buscando armazenar de alguma forma as interações (utilizando ferramentas para transcrição e resumos de conversas, por exemplo) e usar dados para tomada de decisão.


2. Expansão do uso de dados:

Dados são processados e entregues em tempo real.

 

Vemos que a maioria das operações possui um sócio relevante ou uma pessoa de BI que consolida as informações periodicamente, gastando tempo em compilar os dados e só entregando essas informações em reuniões quinzenais ou até mensais ao resto do time por meio de relatórios.

 

Organizações Data-Driven processam dados em tempo real e os entregam diretamente às pessoas que utilizarão essa informação, facilitando insights e reduzindo o tempo de decisão. Assim, os dados já são integrados ao processo diário dos assessores, inclusive com o uso de IA, possibilitando aproveitar oportunidades antecipadamente e, consequentemente, aumentar potenciais ganhos.


3. Estruturação dos dados:

Armazenamento adequado e pronto para uso.

 

Na maioria dos casos, os escritórios armazenam dados em planilhas espalhadas pela operação, dificultando a integração e utilização rápida pela equipe. Para cada análise, é necessário compilar, tratar e ajustar os dados para serem consumidos em análises específicas.

 

Em organizações Data-Driven, os dados são armazenados em bancos de dados ou data lakes, já tratados, analisados, com as devidas verificações e cruzados com outros dados relacionados, facilitando o uso rápido quando necessário.


4. Dados como Produto:

Atualmente, não há um responsável por tratar os dados nos escritórios, e os dados são vistos apenas como uma ferramenta.

 

No futuro, haverá a criação de um time responsável por organizar e validar todos os dados do escritório, de modo a centralizar essa demanda. Os dados serão vistos como algo que pode gerar retorno (insights, cross-sell, captação, novos produtos).


5. Expansão do CDO (Chief Data Officer):

O time é visto como gerador de valor.

 

Atualmente, para a maior parte dos casos do nosso setor, não faz sentido ter um CDO para o escritório, o que de fato aumentaria os custos. Porém, a ideia por trás dessa característica permanece válida. Na maior parte das assessorias, o time de dados é visto como um centro de custo necessário para a operação.

 

No futuro, em organizações Data-Driven, o time de dados será visto como um ativo relevante e estratégico para a empresa, direcionando-a para mais oportunidades, novos negócios, novas linhas de receita e inclusive podendo ser uma linha de receita por si só para a organização.


6. Ecossistema de dados:

Criar um ecossistema de dados para toda a organização.

 

Atualmente, cada time analisa os dados conforme suas demandas. Por exemplo, cada líder de produto consolida seus dados de forma separada, sem divulgar essa informação de fácil acesso para o resto do time. Os dados estão separados em silos.

 

No futuro, todas as análises serão prontamente disponibilizadas a todos que podem ter acesso ao dado na ponta. As áreas conversarão nas análises.


7. Automatização e Qualidade:

Melhorar a qualidade dos dados e automatizar as análises e tratativas.

 

Atualmente, as análises e tratativas são manuais, faltando escala.

No futuro, haverá automatização na tratativa e verificações dos dados, escalando a operacionalização dos dados.

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